Tu acreditas?
Eu acredito em sustentabilidade.
E acredito que um mundo melhor é possível…
Sou, portanto, uma idealista, uma sonhadora. E isso não me incomoda. Sem sonhos, sem esperança e sem um pouco de magia, as transformações não acontecem.
Mas a noção de sustentabilidade em que acredito, e que defendo, nada tem de fantasiosa ou ilusória. É perfeitamente tangível e exequível. Isto porque acredito que a mudança nasce de pequenos gestos e acções.
Acredito que a responsabilidade deixar um mundo melhor para os nossos filhos é de cada um de nós. Que somos o melhor e principal modelo que estes podem ter. Que somos a primeira ponte de contacto com a natureza, com os valores que eles apreendem e que irão moldar a sua personalidade e comportamentos futuros.
E, por isso, para mim, a sustentabilidade vai muito mais além das preocupações que possamos ter com o ambiente e das práticas que possamos implementar para o preservar.
Não que isso não seja importante, pelo contrário, é fundamental, claro.
Mas, para mim, isso deve acontecer de uma forma natural. Os nossos filhos devem crescer com a consciência de que cuidar do nosso planeta é algo tão banal como cuidar da nossa higiene pessoal ou da casa em que moramos. Devem perceber que, da mesma forma que não deitam o lixo para o chão em suas casas, não o devem deitar na rua.
E tão natural como cuidar da casa em que vivemos deveria ser cuidar daqueles que amamos. Dentro da nossa família esperamos que exista respeito, compreensão e tolerância perante as diferenças daqueles que compõem o agregado familiar. Fora dela não devemos esperar menos do que isso. Porque todos os seres humanos devem ver cumpridos os seus direitos fundamentais. E satisfeitas as suas necessidades de segurança, afecto, depois de asseguradas as suas necessidades fundamentais, claro.
E para que isso aconteça, é importante haver uma repartição justa dos recursos de que o nosso planeta dispõe. Nenhuma mãe ou pai seria capaz de deitar comida fora se os seus filhos estivessem a passar fome, pois não? Então ensinemos os nossos filhos que o desperdício não é aceitável, nem inofensivo. Que cada bem que usamos e descartamos teve um custo de produção e impactos ambientais e sociais, muitas vezes bastante elevados…
Para mim, o primeiro passo para uma vida mais sustentável é tomar consciência de que cada uma das nossas acções não podem nem devem ser realizadas de ânimo leve. É aceitar que todas as coisas estão inter-relacionadas e que os efeitos (positivos ou negativos) do que fazemos podem sentir-se a milhares de quilómetros de distância.
É essa a mensagem que quero transmitir aos meus filhos…e é essa a mensagem que tento transmitir também aos seus, através das histórias que conto e das ferramentas que desenvolvo.
Este tipo de aprendizagens resulta da conjugação de diferentes factores:
- O exemplo que vêem;
- Os valores que lhes são transmitidos;
- A coerência entre o que ouvem e aquilo que vêem;
Ou seja…começa em si.