fbpx

“….e nessas noites de tormenta ela levantava-se a correr, antes que ele pudesse dizer ou fazer alguma coisa. Tirava a cadela da caixa e ficava ao pé dela, às escuras, acariciando-a, morta de medo dos trovões e da fúria do vendaval, sentindo-se insignificante no mundo, mais pequena e menos importante que um grão de areia da praia, até que a cadela parava de ganir.”

In, “A Cadela”, de Pilar Quintana

IMG_20210502_140247

Sobre a Petris

O projecto PETRIS (que como as peças do tetris todas as áreas se juntam à volta dos animais – Pet) nasce de um sonho: 

de que todas e todos temos o direito às mesmas oportunidades, o direito a uma família, educação e alimentação. A um futuro, ultimamente posto em causa pela mão humana, alertando e combatendo as alterações do clima, enquanto educamos seres essencialmente empáticos para a realidade do mundo que os rodeia. 

E a escola, mais do que qualquer outra entidade ou instituição, tem o poder para o fazer acontecer; pode e é a sua obrigação educar para o futuro.

São as acções colectivas que mais impacto têm na natureza e no ambiente, e se se pretende compensar a forma como a nossa contribuição tem sido negativa, esta mudança tem que ter como base a educação das novas gerações. 

Assim, numa perspectiva interdisciplinar e europeia, o projecto PETRIS pretende abordar o tema da protecção e bem estar animal

Tendo por base disciplinas como português, educação para a cidadania, acesso às novas tecnologias e estudo do meio, este projecto tem como objectivo a criação de uma plataforma digital de apoio à adopção dos animais acolhidos no centro de acolhimento municipal da Trofa, tente outras actividades paralelas que, dia-a-dia, se vão complementando, assim como a natureza faz com o ser humano e o não humano.

O Projecto Vila Solidária, da Escola Básica de Vila, conta já com cerca de 5 anos e pretendeu desde sempre chegar a vários grupos, desde crianças, adultos e animais.
É um projecto trimestral, onde por altura do Natal a recolha de bens foca-se em brinquedos e roupas para crianças desfavorecidas; na Páscoa a recolha baseia-se essencialmente em bens alimentares que são posteriormente distribuídos pela Paróquia mais próxima ou pela Cruz Vermelha e no Verão contemplamos os animais, com brinquedos, mantas e ração.
O objectivo é que com este simples mas significativo gesto mais seres tenham acesso a um período um pouco mais confortável, não de “coisas”, mas de alimentos e muito amor, transmitidos pela sua família e pela sua comunidade.
Estamos ainda a trabalhar para que, num futuro muito próximo, possamos apoiar tutores na responsabilidade médico-veterinária dos seus animais, criando para isso uma farmácia solidária para animais de estimação que fazem parte de famílias carenciadas na comunidade onde a escola se encontra.
Por uma vila mais solidária.

Não é difícil, como professora e defensora de todas as formas de vida, apaixonar-me pela história do Pimpão.
Primeiro, porque foi escrito por uma querida amiga e segundo porque foi graças ao Pimpão – ainda nós nem sonhávamos com o seu nome – que os nossos caminhos se cruzaram.
O Pimpão começou por ser escrito como parte do programa educativo para uma associação de defesa animal, no qual eu fui voluntária – a Animais de Rua. Como professora, éramos por vezes chamados a escolas para falar acerca do nosso trabalho e eu sentia que havia uma grande lacuna, nada explicava – principalmente a alunos do ensino básico – aquilo que fazíamos, com a simplicidade e honestidade intelectual que as crianças merecem: as adopções, claro, mas também o CED (método capturar-esterilizar-devolver).
Anos mais tarde, dou por mim a alterar ligeiramente o objectivo primordial do Pimpão, mas a usar todos os ensinamentos ao longo da sua aventura para abordar temas do currículo previsto para o ensino básico e mais ainda, percebo o quão fácil é fazê-lo.
Graças a esta personagem, ao Silvestre, Ni e Estrelinha, e graças à minha querida amiga escritora Susana Machado, nos meses de confinamento a turma mista a que orgulhosamente pertenço não precisou ser “separada” virtualmente para que o currículo fosse cumprido.
Foi exactamente o contrário que se passou: os manuais passaram a trabalhar para nós e não o contrário, encontrando pontos comuns entre o 1.º e o 2.º ano, permitindo que todos os dias, através do Pimpão, mais e mais ensinamentos formassem uma ponte entre conhecimentos anteriores, presentes e futuros, entre as amizades e o amor tão puro que nos une.
E o cenário idílico da maravilhosa Quinta das Águias onde o Pimpão se refugiou foi, muitas vezes, também para nós um refúgio, onde contávamos histórias e sonhávamos em conjunto. Até hoje e, se tudo correr pelo melhor, até sempre.

Num dos momentos mais difíceis da minha vida foi-me oferecido um cão. Pensou-se que aquele pequeno ser cheio de vida e de vontade própria iria de alguma forma preencher o vazio deixado, havia pouco tempo, por alguém insubstituível.
Chamava-se Kamuss em homenagem ao Albert Camus. Era um cão de Lisboa, alfacinha de gema, e no momento em que o conheci estava desesperadamente sedento, porque ele e os irmãos haviam acabado de assaltar a despensa e (ainda) comiam o que restava de um saco inteiro de sal.
Nem aquilo a que assisti me preparou para o quanto tudo havia de mudar e muito menos para o quanto aquele cão havia de significar para mim – ainda hoje.
Foi ele quem saltou para o meu colo e lambeu as minhas lágrimas quando acabei o curso e pensei que nunca ia ter emprego; foi ele quem me acompanhou no pensamento e no coração em cada dia que saía para, afinal, trabalhar. Em Guimarães, depois na ilha da Madeira, mais tarde na Maia.
Era um ser cheio de luz, cheio de vida, mesmo quando chegou aos 14 anos, um dia antes de partir. E foi através dele que percebi o quanto sofrem os podengos, típicos cães de caça e de corrida em Portugal; o número de animais errantes que precisam de adopção, mas antes de sitio onde ficar, onde aprender a pertencer a uma família. Tornei-me voluntária e fiz de tudo, mas um dos maiores gostos que tive, porque ao meu lado estava aquele que foi o melhor cão de sempre, foi ser família de acolhimento.
Então, faz sentido que no pequeno Concelho onde trabalho, que tem um canil que está sempre sem vaga para mais animais, nos focássemos nestes seres e ajudássemos a terem uma hipótese.
Porque podemos não mudar o mundo ao ajudar um animal, mas para esse animal, o mundo muda para sempre!

O espaço escolar é um espaço rico em possibilidades de aprendizagem e interacção. Trabalhar uma horta escolar proporciona um ambiente de inclusão, educação ambiental, educação alimentar, e essencialmente fomentam-se atitudes de respeito pela vida e pela Natureza, tudo isto enquanto se enriquece o currículo dos alunos, através da interdisciplinaridade.

A ideia de criar uma horta em espaço escolar demorou alguns anos a amadurecer e foi mesmo iniciada no ano lectivo 2019/2020, com a turma mista do 1.º e 4.º anos. Contudo, infelizmente, deu-se o primeiro confinamento e todo o trabalho desenvolvido até à data teve que ser abandonado.

Mas a alegria, a interajuda, a capacidade de organização que a horta foi capaz de trazer ao de cima como sendo características inatas de alguns alunos, não desapareceu com o confinamento. Não seria capaz de o fazer.

No decorrer do segundo confinamento, as aulas online permitiram matar as saudades que tínhamos uns dos outros, mas também manter alguma normalidade nas nossas rotinas e aprendizagens (as formais e não formais).

Usamos, para a apresentação dos conteúdos programados, um livro de histórias infantil. Entre (muitas) outras coisas, através dele falamos sobre alimentação saudável, por isso fez todo o sentido que o regresso à escola envolvesse também a criação de uma horta, a que chamamos “Horta para a Vila” e de onde poderemos mais tarde colher o que plantamos, mas entretanto alimentamos também outros pequenos seres, que mal damos conta que existem.

A Horta para a Vila é uma horta para todos! ❤

Conhece os animais para adoção

Na adoção de um animal, o Canil Municipal da Trofa oferece a vacina da raiva, a colocação do microchip, a castração e um saco de ração (oferta do grupo Soja Portugal).
Para mais informações contacte diretamente o Canil Municipal da Trofa através do n.º 252 428 109, ou do email veterinario@mun-trofa.pt.
As visitas decorrem por marcação prévia.
Crédito das fotografias: https://www.facebook.com/olhardana
Partilha: